domingo, 15 de maio de 2011

Estética Medieval

Resumo do Capítulo 9: “A Beleza – Síntese Realista e Objetivista”, do livro “Iniciação à Estética”, de Ariano Suassuna

A primeira teoria estética apresentada no capítulo foi desenvolvida por Santo Agostinho, segundo o qual a Beleza do objeto é produto da harmonia das partes do todo (assim como pensava Aristóteles), aliado à suavidade das cores, à claridade. A luz, para Santo Agostinho, seria um esplendor da harmonia presente no próprio objeto.

Ao contrário de Aristóteles, no entanto, Santo Agostinho não atribuiu ao Belo características de proporção e grandeza, deixando tais parâmetros como definidores tão-somente da beleza clássica grega.

O aspecto mais relevante da teoria agostiniana diz respeito à inclusão do Feio e do Mal na discussão sobre a Beleza. Para ele, o objeto belo era composto de partes que poderiam ser contrastantes entre si, ou seja, a unidade da beleza podia ser o resultado entre a oposição entre características belas e feias.

Em seguida, Suassuna aborda a teoria estética objetivista de São Tomás de Aquino. A Beleza, de acordo com o teórico, não resulta de ideais platônicos ou medidas proporcionais aristotélicas, e sim de características essenciais de cada objeto.

Além disso, São Tomás de Aquino afirma que também os aspectos subjetivos são importantes, na medida em que são necessárias a intuição e a imaginação do sujeito para a recriação e fruição da Beleza do objeto.

Desse modo, conclui-se que a Beleza, para Tomás de Aquino, é resultado de certas características inerentes ao objeto que, fruídas pelo sujeito, o agradam. Tais características seriam a integridade, a harmonia e a claridade, semelhantes ao pensamento aristotélico, embora o pensamento tomista não restrinja a beleza à grandeza, tal como o fazia Aristóteles. O conceito de claridade, embora semelhante ao ideal platônico, é aqui uma característica objetiva e advinda das partes harmoniosas da própria matéria.

Suassuna esclarece que as características elencadas por São Tomás de Aquino devem ser analisadas caso a caso e não como conceitos predefinidos e estanques. Assim, há diferentes formas de harmonia, claridade e integridade nos objetos, a depender da finalidade pretendida por seu criador.

2 comentários:

  1. Simplesmente gostei muito do Blog, da adoção filosófica dos contextos, parabéns!

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  2. Ótima explicação!!! Parabéns Bia Moura

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