terça-feira, 26 de abril de 2011

A Estética Aristotélica

Após a leitura do capítulo 4 - Teoria Aristotélica da Beleza do livro "Iniciação à Estética", de Ariano Suassuna (Ed. José Olympio, 2009), pudemos estabelecer algumas distinções entre as teorias de Aristóteles e Platão no que concerce os conceitos de Belo e de Beleza.

Platão afirma ser a Beleza um conceito ideal e fora do nosso alcance. Como conseqüência, a beleza platônica (imutável e perene) é perfeita e absoluta. Ou um objeto é belo (quanto alcança a Beleza supra-sensível) ou não é.


Aristóteles, por outro lado, afirma que a Beleza é real e inerente ao objeto, podendo ser aferida de forma objetiva, ao analisar-se determinadas condições como ordem, proporção, medida, harmonia das partes em um todo, grandeza. Por esse raciocínio, pode-se comparar o quanto de Beleza cada objeto possui: uma escultura simétrica não é tão bela quanto outra que, além de possuir tal característica, também é grandiosa. Seguindo tal pensamento, Aristóteles chega a admitir certo grau de beleza também naquilo que não pode ser considerado Belo.


Na visão de mundo aristotélica, o mundo atual é regido por uma harmonia e, no entanto, ainda há vestígios do caos inicial no mundo, estando o homem em constante busca para fazer a harmonia prevalecer sobre a desordem. No entanto, há valor no caos, na feiúra o no imperfeito como formas de expressão artística, momento no qual passam a existir como um certo grau de Beleza.


Atualmente, os estudiosos redescobriram o viés subjetivo da teoria platônica, esquecido durante séculos. Trata-se de entender o objeto não como um fim em si próprio, mas enquanto instrumento capaz de despertar reações no sujeito. A Beleza do objeto existe na medida em que o sujeito que o contempla entende a obra como agradável, aprazível.


A Arte seria, para Aristóteles, uma maneira de arrebatar o indivíduo ao fazê-lo deparar-se com um objeto dotado de determinadas características capazes de levar quem o contempla a refletir, partindo da realidade recriada pelo artista.

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